Tó Jó
I Magister Tunae
I Magister Tunae - Tó Jó
1ª Digressão a Belfort
Construção de um grupo sólido e coeso
Eurico, esse líder espiritual
1ª Digressão a Belfort…
Depois de seis meses de história e episódios do arco da velha que não caberiam em 5000 linhas, eis que a primeira viagem se tornava uma realidade: não éramos mais apenas a Tuna da FEP, a Tuna do Porto, éramos a Tuna de Portugal, que orgulhosamente chegámos, vimos e vencemos em Belfort, maravilhando todos com a nossa alegria, irreverência e musicalidade (…). Lembro-me da primeira música, que durou 10 vezes mais do que 3 minutos dos ensaios non-stop na camioneta, da camioneta-quarto, da camioneta-wc, da camioneta-cozinha… da 22, das eslovacas, dos emigrantes portugueses, do FCP campeão (soubemos em Belfort), das paisagens francesas, das noites de Biarritz, San Sebastian, Saint Etienne e do regresso heróico à FEP em plena serenata de início da Semana de Economia!
Construção de um grupo coeso…
Foram necessárias toneladas de cimento, betão armado, aço e muita paciência! A TAFEP nasceu de um grupo de boémios da FEP com muito espírito académico e gosto pela vida e pela música. Depois do embrião que foi o Grupo de Serenatas de Economia em 1992, que também integrei, depois da fundação em 14.12.1992, da primeira actuação em Fevereiro de 1993, no ArsNova, e da primeira digressão a Belfort, em Junho de 1993, o contexto de desenvolvimento das tunas ajudou à adesão de caloiros, semi-putos e putos à TAFEP. O grupo crescia e a vontade era muita (…), embora com subgrupos heterogéneos que era necessário unir em torno do mesmo ideal. O desenvolvimento do reportório, com novas músicas e o primeiro original “A Luz do Teu Olhar” (música: Tó Jó, letra: Mero), a Recepção ao Caloiro 93/94 e um sem-número de festivais e actuações diversas foram os principais ingredientes para fundir (f-u-n-d-i-r) uns tunos com muitas diferenças, características e interesses, numa TUNA com tudo o que isso significa. Se calhar também eu ajudei, mas só para os mandar calar a todos era um ver se te havias…
Eurico, esse líder espiritual…
A fundação da TAFEP está cheia de momentos únicos, dignos de um dia destes alguém se lembrar de fazer um filme (XXX M/18). Um desses momentos é sem dúvida a passagem do Eurico pela TAFEP. O Eurico era aquele tuno que nunca vinha aos ensaios, nunca podia vir aos jantares, tinha sempre que fazer nas noites de serenatas e, nas actuações, surgia sempre qualquer força maior que o impedia de actuar. Contudo, desde o primeiro momento, o Eurico estava sempre connosco, sempre com o seu apoio moral e espírito positivo presente assumindo-se como um dos principais incentivos ao crescimento da tuna, pela consciencialização que incutia a todos nós. Lembrava-me do Eurico nos momentos de euforia e nos momentos de dificuldade, nas “n” actuações brilhantes e nas escassas prestações menos boas. Podemos dizer que o Eurico foi o nosso D. Quixote, o nosso D. Sebastião, o nosso adepto nº 1. Tenho pena de muitos tunos nunca terem chegado a conhecer este elemento mítico, mas espero que ele arranje tempo para aparecer um dia para todos nós, talvez nas bodas de ouro da TAFEP…
Luís
II Magister Tunae
II Magister Tunae - Luís
1º CD “Passos Perdidos”
Continuidade do grupo Assegurada
1º Prémio
Reconhecimento pela Faculdade
Sem dúvida que a gravação do 1º CD da Tuna (que tinha como objectivo lógico fechar um ciclo da Tuna – o seu nascimento – e lançar as bases para uma nova fase mais madura, quer a nível musical, quer de hábitos de trabalho), foi o acontecimento mais marcante da TAFEP neste período (e que permitiu, numa vertente mais economicista, dar alguma autonomia financeira à Tuna para projectos futuros). Ganhámos o nosso 1º prémio num Festival de Tunas (Melhor Pandeireta, no festival de Tunas da Portucalense) e conseguimos o reconhecimento da TAFEP como uma instituição que representa e é reconhecida pela Faculdade. Este facto ficou bem patente ao sermos convidados para uma actuação na FEP aquando da recepção desta aos Presidentes, de então, das Repúblicas Portuguesa e Brasileira e ao ser concedida aos Tunos a época de Dezembro (visto ser reconhecido oficialmente que o tempo dedicado pelos Tunos ao serviço da Tuna era, no fundo, ao serviço da Faculdade). O maior desafio que todos atravessámos na altura foi se teríamos “aquilo” que era necessário para que a Tuna aguentasse as “baixas” pesadas que teve nesse ano, com a saída de alguns dos mais entusiastas fundadores. Felizmente, os receios foram afastados com a reacção dos Tunos que ficaram e com a entrada, nesse ano, de novos Tunos de grande qualidade.
Miguel
III Magister Tunae
III Magister Tunae - Miguel
Magistério: 95/96
Depois de haver uma base de Tunos estável, renovada e com vontade de ir mais longe, chegava a altura de apostar na qualidade como vector diferenciador. Para tal, muito valeu a boa fornada de caloiros do ano anterior, que, com um conhecimento da técnica musical um “pouquinho” mais evoluída que os restantes, possibilitou, a partir desse ano, corrigir e aperfeiçoar a nossa forma de interpretar. Secretamente, tinha a ambição da qualidade musical da Tuna Universitária do Porto, mas nunca o confessei. Figuras como o Eduardo, “o chato”, estiveram presentes no primeiro baptismo de caloiros e de Tunos e à instituição do “Nome de Tuno”, tradição que se mantém até hoje, suscitando alguns comentários curiosos: “… Patilhas! Não, não está inscrito nessa cadeira.”, “Pepino!?, não trabalha aqui nenhum Pepino!”. Ainda hoje não sei o verdadeiro nome de muitos Tunos.
Naquele mesmo ano, cheios de confiança e com “n+1” CDs na mala, abarcamos à conquista da Europa, naquela que foi a nossa primeira digressão propriamente dita. Belfort, sempre alegre e colorida, foi mais uma vez pretexto para tal aventura. 11 dias de “caminete” levaram-nos a Lausanne, Osnabruck, Paris e Amesterdão, cidades que se renderam aos entusiasmos, alegria e habilidade em lidar com frutas de alguns membros da Tuna. Mais uma vez, aqui a sua opinião tinha sido posta à prova e mais uma vez o desafio fora vencido.
Mero
IV Magister Tunae
IV Magister Tunae - Mero
Depois de um ano em grande e após a monumental digressão europeia, havia que pôr os pés na terra: muitos Tunos Fundadores iriam acabar o curso no final desse ano e, mesmo apesar de todos dizerem que nunca deixariam o grupo repentinamente, era fundamental assegurar a continuidade. Neste sentido, iniciámos um processo de audições suficientemente abrangente para permitir que quem realmente tivesse o Espírito que sempre nos norteou pudesse ajudar a TAFEP a perpetuar a sua existência…
Idealmente, seria aliarmos a tudo isto um virtuosismo inato de todos os novos elementos. Não foi possível. Não eram TODOS os novos elementos extremamente virtuosos, mas também, na minha opinião, não era, não é e não deverá ser nunca essa a nossa característica primordial.
Obviamente, o que nos distinguiu, e com certeza distinguirá sempre, foi a capacidade de trabalhar o suficiente para colmatar as naturais dificuldades técnicas. Com a introdução de um conjunto de novos temas e adequadas doses de rigor e dedicação, conseguimos divertir-nos a actuar, divertindo quem nos ouvia, admirava e seguia. Como corolário de todo esse empenho, nada melhor que o reconhecimento da Academia: participámos no nosso 1º FITA.
Pepino
V Magister Tunae
V Magister Tunae - Pepino
Foi com enorme orgulho que em meados do ano de 1997 fiquei responsável pela TAFEP – tornando-se esta época na mais marcante de toda a minha vivência universitária. Apesar de termos passado por algumas dificuldades, em virtude da licenciatura de representativos Tunos, existiram três factores que contribuíram para um grande amadurecimento da Tuna:
– A estratégia adoptada pelos MT’s anteriores
– O magnífico grupo de Tunos de grande ambição
– O esforço e dedicação dos Tunos mais “novos” e dos Caloiros
Com um reportório, nesta fase, completamente diferente, surge como objectivo natural a Gravação do 2º CD – P’ra Nunca Esquecer. Paris recebeu-nos da melhor forma possível e abordaram-se temáticas interessantíssimas, como por exemplo: A Intensidade da Corrente do Sena ou o Fórum – Diga Sim à Cassete Pirata e viaje!
A TAFEP recebeu, pela primeira vez, em 1998, o 1º Prémio Melhor Tuna – Festival que se realizou em Paredes. A par do trade-off rigor/diversão, a TAFEP estava um grupo forte e coeso para o futuro…
Patilhas
VI Magister Tunae
VI Magister Tunae - Patilhas Rezingão
Decorria o mês de Setembro do ano de 1998 quando, ao seu 12º dia, a TAFEP depositou em minhas mãos a condução dos seus destinos (será que dava jeito ter tirado também a carta de pesados?!). Expirava o contracto em 15/07/99, mas (numa atitude masoquista dos seus elementos) fui de novo escolhido e lá prossegui no comando do navio até 15/04/00.
Vindo de Relações Públicas, no magistério do Pepe, lutei por continuar a maximizar a organização administrativa, pois, tal como sempre defendi, nem só de música vive uma Tuna! Batalha após batalha, lá se foi vencendo essa luta, tendo ficado bastante satisfeito com a herança que deixava após o 2º mandato, pois possuía já a Tuna uma base arquivística totalmente estruturada e organizada, salientando-se a base de dados construída e que albergava informações desde dados de cerca de 230 Tunas, até informações de convites, entidades e elementos da Tuna…
Em boa parte, fruto dessa sólida base, outro objecto delineado em minha mente ia ganhando contornos reais: o nome TAFEP implantava-se cada vez mais e expandia-se para além das fronteiras da Área Metropolitana de modo mais continuado e expressivo.
Contudo, claro que a parte musical é obviamente primordial e, durante o período em causa, assistiu-se, continuado na senda da ideologia do magistério anterior, à diminuição da primazia considerável dada ao espírito, por modo a apostar na qualificação musical, procurando o melhor ponto de equilíbrio entre essas componentes.
Fruto do suor de todos nós, foi denso e intensivo o percurso trilhado (só em actuações foram cerca de 40 no 1º mandato e 30 no 2º mandato), destacando-se, contudo, algumas actividades que mais fortemente marcaram a Tuna nessa altura (pela importância, pela singularidade…):
– Lançou-se o 2º CD num evento com uma mediatização agradável para o que sonhávamos (29/10/98)
– Viagem a Bordéus (a honra de representar a Câmara Municipal do Porto num evento de geminação (25/10/98)
– Actuação no estabelecimento prisional de Paços de Ferreira (17/12/98 – momento único de percepção do valor da liberdade)
– Actuação no programa da RTP1 “Praça da Alegria” (21/04/99 convencemos a produção a aceitar que os 3 temas, que acabaram por ser 4, fossem ao vivo, sem playbacks!)
– Actuação no FITU (13/11/99 – a prova de reconhecimento do esforço desenvolvido e a nossa aposta, “de peito aberto”, em estrear lá novas músicas)
– 1ª Grande Confraternização TAFEP/TFEP (12/01/00 – propusemos este evento como reconhecimento prático da importância destas instituições no percurso uma da outra)
– TAFEP Tour USA (Newark + New York – 09/03/00 – a 1ª digressão intercontinental)
– Actuação no Padrecos 2000 (03/03/00 – mais um sinal da solidificação da qualidade tafepiana… evoluções de sonhos para realidades!)
– FITAs 2000 (01/04/00 – direi apenas que não podia pedir melhor recordação para encerrar o meu percurso à frente da Tuna).
Sei que o texto já vai longo, mas sabem como sou quando se fala de Tuna!
Aqueles que ao longo do tempo se entregaram verdadeiramente à TAFEP sabem que é eterno o amor por ela e indestrutível o seu espaço no nosso coração! Nunca ninguém lhe conseguirá retribuir uma parte sequer de tudo o que ela nos dá!
OBRIGADO TAFEP!
Eternamente eu,
Patilhas Rezingão
(VI Magister Tunae)
Trina-Mix
VII Magister Tunae
VII Magister Tunae - Trina-Mix
Tunos honorários
3 digressões, 1º Festival internacional de tunas
Actuações com Sempre-Tunos
Período de magistério: 15 Abril 2000 a 11 Agosto 2001
2001 será particularmente relembrado pelo desafio a todos aqueles que até à data haviam contribuído para a existência da Tuna.
A partilha de todo um percurso musical e de vivências entre 9 diferentes gerações da TAFEP, visível na actuação da XVII Semana de Economia (acho), representou para nós o culminar da reaproximação ao passado da Tuna, às suas raízes, aos seus impulsionadores.
Recordo, com particular alegria, a pronta resposta a este desafio, guardando este como um dos momentos mais marcantes da minha vivência académica. Nessa altura, mais do que nunca, compreendi o significado da expressão, tantas vezes utilizada, “fez-se Tuna”.
No final de mais uma ano desgastante, assinalado com o regresso junto da Comunidade portuguesa nos EUA, a euforia de um pequeno grupo empenhado em tornar real uma terceira digressão conduziu-nos à Holanda, ao I Festival Internacional de Tunas de Nijmegen, Holanda, marcando a estreia da TAFEP em festivais internacionais de tunas.
Pitito
VIII Magister Tunae
VIII Magister Tunae - Pitito
A TAFEP é a sequência de um ideal construído ao longo de uma década cheia de histórias, algumas das quais descritas pelos meus anteriores congéneres. Cabe-me a mim falar um pouco do passado próximo, mas sobretudo do presente e do futuro.
Assim, não podia deixar de referir algo que continua bem presente nas nossas memórias: os tempos vividos em Belfort, desde 1993 até 2002. Esta cidade, por onde todas as gerações da Tuna já passaram e trouxeram gatas memórias, recebeu já a TAFEP no seu “Festival internacional de Musique Unniversitaire” por cinco vezes, acompanhando-nos desde a nossa fundação.
Quanto ao presente e ao futuro, serão marcados pela evolução musical, alicerçada numa forte doutrina e tradição, assim como pelo cimentar de uma relação de alegria, união e comunhão com um público fiel e com todos aqueles que ao longo dos anos fizeram da Tuna o que é hoje.
Foi a pensar nisto que, nesta efeméride que é a data de nascimento da Tuna, nos comprometemos com variadíssimos projectos.
Um dos projectos mais bem conseguidos foi o Jantar do 10º Aniversário, que juntou à mesa cerca de 80 pessoas, dez gerações de Tunos e Sempre-Tunos, que puderam partilhar vivências do passado, debater a realidade do presente e perspectivar cenários de futuro.
Comprometemo-nos, também, a gravar o nosso terceiro CD, cujo lançamento estava previsto para o final do ano, e ainda a realizar o espectáculo de hoje – TAFEP 10 ANOS – onde pretendemos partilhar e agradecer ao público, através da nossa música, esta década de história.
Para a concretização de todos estes projectos, a TAFEP agradece e conta com a presença de todos aqueles que sempre amaram e continuarão a amar esta Tuna que tantas alegrias nos deu e continuará a dar.
Viva a Tuna Académica da Faculdade de Economia do Porto…
A si um sincero muito obrigado.
O VIII Magister Tunae
João Marques “Pitito”
Experiências
IX Magister Tunae
IX Magister Tunae - Experiências
Em Julho de 2003, a TAFEP depositou, em minhas mãos, o seu futuro, iniciando-se um período conturbado, mas muito rico de experiências.
A agenda tradicional da TAFEP foi cumprida e deu-se início a novos projectos, apesar de termos atravessado algumas dificuldades devido a um número considerável de Tunos ter concluído o curso e à fraca adesão às audições.
Sem descurar tantos outros instantes memoráveis, destaco os seguintes acontecimentos por representarem, de alguma forma, momentos ou projectos marcantes neste período:
- Inclusão de três novos temas, dois deles originais, no repertório da TAFEP;
- Terceira participação no fantástico FITAs – Festival Internacional de Tunas Académicas de Castelo Branco, edição de 2004, festival que nos deixa sempre boas recordações;
- Mais uma participação no FITA, festival incluído na Queima das Fitas do Porto, desta vez na sua XIX edição;
- A digressão Paris – Barcelona. “Notre Dame”, ” St. Michell”, “Las Ramblas” e também o “Maremagnum” renderam-se aos nossos encantos;
- Projecto de aquisição de personalidade jurídica;
- E claro, a conclusão do nosso terceiro registo discográfico – “retratos”, um longo e complexo projecto.
O magistério teve o seu fim a 21 de Março de 2005, assinalando também o final do período mais marcante de toda a minha (longa) vida académica.
Orgulho-me em dizer que estive presente e ajudei a escrever mais de metade da história desta mui nobre Tuna e que com ela cresci. A dedicação exigida, o trabalho em grupo, a perseguição de objectivos, as atribuladas viagens, os pequenos e grandes palcos, as serenatas, a boémia, as histórias e os amigos que levo para a vida, fazem de mim uma pessoa mais completa e capaz de enfrentar desafios e adversidades olhos nos olhos. Tudo isto me faz acreditar que a TAFEP é uma Escola de Senhores…
Antes de terminar, gostava ainda de agradecer aos Tunos Fundadores, aos Sempre Tunos e Tunos que, com o seu esforço e dedicação, elevaram e continuam a engrandecer o nome da TAFEP.
Não posso também esquecer todos aqueles que sempre nos acompanharam e os que nos continuam a acompanhar e a acreditar na TAFEP!
Fiz audições para a TAFEP em Outubro de 1999 e a data de despedida não se vislumbra no horizonte…
O IX Magister Tunae,
Experiências PNK
Tulipa
XII Magister Tunae
XII Magister Tunae - Tulipa
Foi com alguma surpresa, mas muito orgulho, que fui eleito Magister Tunae da TAFEP, em Dezembro de 2008.
Na ressaca do grandioso espectáculo de Abril desse ano, novos desafios se colocavam à Tuna, sendo que o maior destes dava pelo nome de uma cidade italiana: o processo de Bolonha reduziu, em 2008, a duração das licenciaturas da FEP de 4 para 3 anos (entre outras alterações prejudiciais à manutenção de actividades extra-curriculares) e veio obrigar a que as gerações mais novas da Tuna passassem a ser chamadas (ainda) mais cedo a assumir cargos com grande responsabilidade.
E este é precisamente um dos aspectos que mais gosto me deu viver e ver na Tuna: regra geral, entramos miúdos, com pouca consciência do que é a vida, do que é trabalhar por objectivos, do que é dedicação a uma causa, mas rapidamente somos “atirados aos leões” e, quando chega o dia de andar de cartola e bengala, estamos totalmente preparados para enfrentar qualquer desafio com muito mais confiança e garra do que estaríamos um par de anos antes. Essa é uma das preparações para a vida em que a TAFEP é catedrática.
Além disso, um Tuno também enfrenta qualquer desafio com um sorriso, pois essa é outra das coisas que a Tuna ensina. Podemos estar cansados, desanimados, sem dormir bem há alguns dias; mas se tens um público que se desloca para te ver actuar, numa coisa não podes falhar: sorrir, transmitir a energia e alegria próprias da TAFEP e divertir quem nos vê. O espírito e animação contagiantes da nossa Tuna (sempre sabendo estar!) são, quanto a mim, a sua maior virtude e singularidade e foram pilares que fiz por preservar ao longo do magistério.
A boa relação da TAFEP com entidades externas foi outra consequência da postura aberta e amigável da Tuna quando em contacto com outros grupos, tendo havido preocupação de que tal acontecesse, tanto dentro (com os grupos da FEP, que a todos respeito e admiro) como fora de portas. E foi fora de portas que surgiu uma das surpresas inesperadas – e agradáveis – deste período: o pedido de apadrinhamento da Tuna Feminina da FPCEUP (Atituna), concluído, após os devidos trâmites processuais, com a aceitação de tamanha responsabilidade por parte da TAFEP. Foi um grande orgulho ter podido acompanhar de perto os primeiros passos da relação das duas Tunas, a qual espero que perdure muitos e bons anos!
Noutro contexto, gostava de aqui sublinhar dois aspectos essenciais que sintetizam a minha experiência na TAFEP:
- Na Tuna formam-se verdadeiras amizades que não desaparecem com o tempo, elas vão estar sempre lá, pelo menos enquanto houver memória desse caminho (por vezes espinhoso, mas sempre recompensador) que foi a faculdade – esse sentimento de união, espírito de equipa e companheirismo não tem preço;
- A Tuna tem um grande enfoque no altruísmo, qualidade que vai rareando na sociedade do século XXI. A Tuna faz perceber que há causas (instituições) maiores que nós e que devemos servi-las e não servirmo-nos delas, que devemos pensar primeiro no bem comum e só depois no nosso umbigo.
Por último, gostaria de destacar alguns dos momentos únicos vividos enquanto responsável da Tuna: (sem esquecer as actuações de cariz social, festivais nos grandes palcos do Porto, retiros, belíssimas serenatas…)
- O lançamento do DVD “Economia em Festa” referente ao espectáculo do XV aniversário, desde a sua idealização e produção, até ao espectáculo de lançamento no Salão Nobre, que simbolizou o encerrar de um bonito capítulo da história da Tuna;
- A digressão Madrid-Paris-Amsterdão-Barcelona (a exigência da polícia francesa para a Tuna se dividir em 3 grupos, o jantar fabuloso no “Girassol” em Amsterdão, a última actuação memorável perto da Praça Catalunha…);
- A estadia em Genebra (o jantar na Casa de Famalicão, o bunker onde dormimos…) a anteceder um fim-de-semana fabuloso em Belfort, no VII FIMU (o Formule 1, as arruadas musicais, a actuação do Coreto…);
- O festival da Covilhã, pela camaradagem e sintonia que houve entre os elementos mais novos da Tuna e os “menos novos” que apareceram em grande número, o que proporcionou o melhor fim-de-semana que tive na TAFEP;
- A estreia da Tuna na Polónia, numa semana muito intensa onde representámos o nosso país e fomos surpreendidos com um convite para dormir no melhor hotel de Varsóvia;
- O festival de Arouca (o das senhas amarelas…), no meio do qual fizemos um pequeno desvio para actuar em casamentos de sempre-Tunos em Guimarães e Barcelos, num sábado olímpico; e
- O Bacalhau, um peixe – que era de facto um bacalhau – que nos acompanhou alguns meses antes de ser enterrado em Santiago de Compostela, e que ganhou um lugar especial.
É com saudade que olho para trás, mas é com certeza que escrevo que a ligação da Tuna aos seus membros será (nuns casos mais, noutros casos menos) eterna e que deve ser preservada pelas gerações actuais e vindouras, mas também pelas gerações que já não se encontram no activo. Não esqueçamos que os sucessos e fracassos da Tuna serão sempre os sucessos e fracassos de cada um dos Tunos.
Aproveito para agradecer a todos os que, antes de mim, trouxeram a TAFEP até aos dias de hoje e possibilitaram que a TAFEP fosse e seja aquilo que é: um grupo praxístico e musical com valores éticos e morais sólidos, sentido de responsabilidade e gosto pela música e diversão.
E agradeço, por fim, a todos/as os/as que nutrem simpatia pela nossa Tuna, pois são eles que dão sentido à nossa actividade e são fonte importante de motivação para continuar a trabalhar mais e melhor.
Bem-haja,
Tulipa